Poderia eu ter escolhido uma frase menos cliché como título deste post? Poder até poderia mas acho que esta é mesmo aquela que melhor caracteriza os meus sentimentos quanto à última semana...
A última semana, em termos de trabalho e de horários, foi a mais cansativa de sempre desde que regressei ao trabalho após a licença parental ter terminado. Acordar muito mais cedo ainda que as galinhas e galos das redondezas, não poder ir levar e buscar o baby boy à escola, tê-lo doente e achar que ficaram miminhos por dar, sentir que ficou atenção por dar ao homem da minha vida... Enfim, foi uma semana de muita correria (demasiada mesmo!) e que me deixou com coração pequenino por sentir que dei pouco aqueles que mais merecem. Fiquei com o coração pequenino por sentir que faltei quando eles precisaram e por sentir que não estive presente neste ou naquele momento em que o baby boy fez qualquer coisa de novo. E tive o dia que mais mexeu comigo em que saí antes do sol nascer, cheguei a casa já à hora de jantar e em que tive tão, mas tão pouco tempo para as brincadeiras e abraços do costume...
Sabem aqueles momentos em que ficamos com o estranho sentimento em falhamos como mães? Em que o sentimento da culpa nos pesa nos ombros e se sobrepõe a todos os outros que nos pudessem encher o coração de luz? Sim, coração de mãe não merece mesmo estas coisas...
Naquele dia mais longo da semana muito pensei em todas as mães e pais que não têm quaisquer alternativas a passar tanto tempo longe dos seus mais pequenos e senti-me afortunada pois, felizmente, estes dias longos em horas longe de casa não são o habitual nos meus dias de trabalho e vou conseguindo, quase todos os dias, levar e buscar o meu filho à escola. E ainda chegar a tempo de o levar ao parque antes de irmos para casa e preencher os seus finais de tarde com muita descoberta e brincadeira. Sei que sou uma afortunada e que me devo sentir grata por poder ter esta disponibilidade na grande maioria dos meus dias. Mas isso não afastou a dor do meu coração e as lágrimas dos meus olhos quando pude ver o meu filho já a brincar no recreio com os mais velhos. Vê-lo assim já tão crescido no final de uma semana em que senti que lhe faltei tanto fez-me quebrar e deixar fugir as lágrimas contidas de saudades do meu pequeno pirata.
Digam-me que estou a exagerar... Digam-me que não tenho razões para isto... Mas coração de mãe não merece... É por isso que, cada vez mais e sempre desde que decidi ser mãe, que a minha prioridade acima de tudo é a família que estou a construir a cada dia por é esse núcleo que merece toda a minha força, energia e pensamento positivo. Sem ele, sou muito mais pequena e fraca.
Porque não quero mais dias destes e não poder pegar na tua mão ao final do dia e levar-te a brincar no parque...
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