Ao longo da nossa vida, os nossos gostos mudam. Adoramos passar a tarde inteira nas compras e depois deixamos de gostar (sim, homens... é possível existirem mulheres que não gostam de passar o fim-de-semana inteiro nos centros comerciais às compras). Adoramos andar de ténis e depois, de um dia para o outro, passamos a fazer dos sapatos de salto alto uma continuação das nossas pernas. Odiamos sushi e depois passa a ser uma das nossas comidas peferidas (sim, true story... aconteceu comigo...). Poderia dar aqui muitos mais exemplos mas acho que vocês já estão a perceber a ideia...
Muitas destas mudanças, mais ou menos radicais, acontecem quando surge um pequeno bebé na nossa vida. Passamos a desvalorizar certas coisas para tomar outras como a nossa primeira e única prioridade. O nosso cérebro (principalmente o das mulheres mas também o dos homens) passa por enormes mudanças com a chegada do momento de seremos pais e a nossa forma de estar perante a vida passa a ser outra. De forma mais ou menos clara, mais ou menos conscientemente.
Eu também passei (e continuo a passar por algumas mudanças ). Ainda antes de ser mãe, comecei a aperceber-me de que não faz sentido termos tantas coisas, sermos tão dependentes de objectos e de actos consumistas. E isso apenas se veio a acentuar ainda mais com o nascimento do meu filho. Sabem aquele cliché do "menos é mais"? Sim, faz o seu sentido. Atenção que estou longe de ser minimalista mas o que é verdade é que existem pequenos detalhes de que passei a gostar mais. E até na decoração isso se vê : sou uma fã do estilo nórdico, com casas muito luminosas e brancas e carregadas e soluções descomplicadas para o nosso dia-a-dia. Ainda que ainda esteja num processo de caminhada nesse sentido aqui por casa... Porque Roma não se fez num dia, não é verdade?
Há uns dias escrevi que existem livros que podem mudar a nossa forma de pensar. Montessori aplica-se às crianças e também aos adultos, na medida em que nos ajuda a simplificar a forma de pensar e de estar, para além de se focar no sentido de ordem e de beleza nos ambientes. E não será essa a serenidade de que necessitamos para a nossa vida e a nossa mente para que consigamos funcionar ainda melhor? Todos os dias? Por estes dias, li também um artigo interessante publicado pela Escola Montessori do Porto com o título "Ser em vez de ter: a perspectiva Montessori", onde a autora nos escreve como reflectiu e modificou algum aspectos em sua casa, em particular a quantidade de brinquedos que por lá existiam. E será que não podemos levar esta abordagem, esta filosofia, esta forma de estar um pouco mais longe e fazermos a mesma reflexão quanto ao que temos, ao que somos e ao que desejamos?
Pronto, podem dizer que hoje estou muito filosófica... Chata até! Mas acho que estas linnas apenas querem dizer que atravesso uma fase de alguma mudança mental, de uma tomada de consciência e de valorização dos aspectos que realmente quero que estejam presentes na minha vida e com as quais quero que definam a minha forma de ser e de estar. Comigo e com os que me rodeiam.
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