Quem me acompanha aqui no blog, no Facebook ou no Instagram, já me ouviu falar diversas vezes na "aldeia" que todos nós, enquanto pais, precisamos para ir sobrevivendo à aventura da parentalidade. Ter uma aldeia, âncoras de suporte em cada momento, verdadeiros portos de abrigo para todas as nossas dúvidas torna os nossos dias mais fáceis e diminui o negro das nuvens que possam surgir no nosso horizonte.
E desta minha "aldeia" virtual faz parte a Diana Ferreira que muito provavelmente conhecerão do blog Taquid (blog, Facebook, Grupo do Facebook Viver Montessori | Taquid, Instagram). Já tinha escrito um pouco sobre o blog da Diana neste post onde falei sobre as minhas leituras Montessori no mundo da blogosfera. Recordando o que escrevi nesse post...
Gosto particularmente desta forma de escrita em que se partilham exemplos da vida prática, de como aplicar Montessori no nosso dia-a-dia (com muitas sugestões de actividades Montessori e de matérias Montessory-friendly que podemos utilizar com os nossos filhotes) e também alguma informação sobre o método e de resenhas sobre livros que a autora vai lendo e partilhando connosco.
E lembrei-me de desafiar a Diana a escrever um post aqui para o blog em que descrevesse um pouco como descobriu Montessori e de que forma vive Montessori em sua casa. Espero que gostem tanto de ler as palavras da Diana como eu!
DIANA FERREIRA: UNIR IDEIAS PARA FAZER MONTESSORI ACONTECER TODOS OS DIAS
Algumas das
perguntas habituais que me colocam são:
- O que me
levou a apaixonar e a estudar o Método Montessori?
- Como se
pode aplicar em casa?
Acredito numa parentalidade serena.
Acredito que é possível viver uma parentalidade próxima da verdadeira essência
dos filhos. Não é fácil e dá trabalho. O trabalho é quase todo ele, a nossa
própria transformação. E este ponto
levou-me, de certa forma, ao encontro de Montessori. Na procura de respostas
ou na busca da confirmação do que me dizia a intuição, Montessori foi como que,
uma luz que surgiu para iluminar o caminho.
Não encontrei uma filosofia, encontrei
informação concreta e prática, que me ajudava a construir a tal
parentalidade serena.
Certamente
em criança ouviu muitas vezes a palavra Não
– não, não mexe aí; não, não vás para aí… Enquanto adulta, assisto a isso
em círculos de pais e filhos. Por vezes faz sentido, quando existe uma
verdadeira situação de perigo, claro. Mas, todos sabemos que, na maioria das vezes,
não é por situações de perigo. É mais quando vai desarrumar, tirar do sítio,
quando sentimos que perdemos o controlo. Esta necessidade constante de
controlar as crianças e de mostrar o poder, afasta-nos de uma relação de
empatia e de compreensão sobre as necessidades da criança.
O desejo de
uma pequena criança em abrir a porta do armário e tirar aquelas caixinhas todas
(as mais de 50 que temos empilhadas) é uma imagem de caos na mente do adulto.
Então, há que impedir esse caos! O que ouve a criança? – Não, não mexe aí. Ai,
o menino… (e outras coisas ainda mais…)
Não é
impossível adaptar a casa a essa curiosidade natural da criança, que tem uma
necessidade constante de exploração. Se vê os pais a mexer naqueles objetos da
cozinha, é porque são interessantes e fazem parte da vida real. Uma das ênfases
do método é a vida prática. Há lá sítio melhor, do que a nossa casa para
desenvolver esta área? Então é possível aplicar o método em casa.
Também
acredito que os pais ou os cuidadores são os primeiros professores das
crianças. Qual a razão para acharmos que apenas se aprende na escola e que
devemos deixar o método para esse espaço? Não precisamos de ser enciclopédias.
Precisamos de nos transformar em adultos preparados para compreender as
necessidades dos nossos filhos.
O Método
Montessori ajuda-me a construir uma
relação mais empática com a minha filha e a ter uma melhor capacidade de
observação e de interpretação das suas mensagens.
A aldeia global pode ser uma grande aliada na vida de mãe. Este apoio mútuo é muito importante. Com todo o respeito, aprendemos e crescemos. Obrigada pelas tuas partilhas. Beijinhos.
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