Quem acompanha a Happy Mom descomplicada no Facebook ou no Instagram já se deve ter dado conta de que adoro ler! Muitas são as sugestões de livros que adoro e que vou partilhando convosco na minha resolução de 2018 para o blog (pesquisem pela tag #umlivropordiaem2018). E muitos são os livros que tenho por aqui em lista de espera para serem devorados (à velocidade que é permitida por lei para a uma mãe de um pequeno baby boy de 20 meses...)!
Hoje venho escrever-vos sobre o último livro que li, "Parentalidade positiva. Pais optimistas, filhos felizes" de Pedro Stretch, editado pela Verso de Kapa. Este deve ser um dos primeiros livros sobre parentalidade que comprei principalmente pelo autor e pelo título... Pais optimistas, filhos felizes é, definitivamente, o céu na terra para qualquer mãe e pai. Queremos casas serenas em que as crianças brinquem e em que tudo corra bem (agora, assim de repente e vá-se lá saber porquê, lembrei-me do programa Super Nanny da SIC... mas isso será assunto para outro post...). E queremos, acima de tudo, pais que tenham uma postura positiva face às dificuldades que vão surgir no dia-a-dia. Sim, porque na vida real não existem crianças de filme, sempre com a roupa imaculada e sempre muito bem-comportadas. As crianças sujam-se. As crianças andam a correr pela casa toda. As crianças deixam os brinquedos desarrumados. As crianças não querem comer o jantar... Mas cabe-nos a nós gerir essas situações e ensinar-lhes quais os comportamentos correctos em cada situação.
Este livro aborda os mais diferentes temas em parentalidade positiva (para saber mais sobre parentalidade positiva vejam, por exemplo, a página Positive parenting de Debbie Godfrey), desde como podemos relativizar os problemas do dia-a-dia, passando pela construção da autoestima, a gestão do tempo no dia-a-dia ou passar da dependência à autonomia, e terminando com a gestão da separação e do divórcio, trauma na infância e a morte. Mas afinal o que é isto de parentalidade positiva? Debbie Godfrey, com mais de 20 anos de experiência no trabalho com crianças e pais, vê a parentalidade positiva como:
Positive parenting is for parents that want to discipline their kids without breaking their spirit. (...) Positive parenting focuses on teaching children not just what but also why. Positive parenting means training children toward self-control.
Pedro Stretch vai descrevendo alguns dos casos que teve em consulta para melhor retratar com exemplos reais cada uma das situações que podemos ter de enfrentar e deixa-nos as suas orientações de profissional. Este livro, mais do que o guia mágico da parentalidade positiva, serve-nos para reflectirmos sobre a nossa forma de estar e a nossa forma de sermos pais nos dias de hoje. Toca, muitas vezes, na ferida e agita-nos para que acordemos do transe em que podemos estar a entrar. Não existem checklists mágicas para filhos e pais perfeitos. Aliás, na vida real eles não existem. Existem sim pais e filhos mais ou menos perfeitos, mais ou menos imperfeitos, que pautam os seus dias por momentos de qualidade em família, que estão menos tempos online e que privilegiam os afectos. Não é fácil ser-se pai nos dias de hoje... Mas também ninguém nos disse que a aventura da parentalidade era uma linha recta, um caminho fácil ou um mar chão... A parentalidade faz lembrar uma estrada de muitas curvas e contra-curvas, o trail de Montblanc ou uma tempestade no meio do oceano. Mas, como em todas essas situações, existem pais que conseguem dar a volta, sem cair na loucura e sem ter pequenos tiranos em casa. Com este livro, Pedro Stretch dá-nos algumas ferramentas para, também nós, conseguirmos. Cabe-nos agora saber utilizá-las da melhor forma!
Termino o post com algumas passagens deste livro que achei que valia a pena partilhar convosco.
O sonho... O desejo de moldar a sua vida para além da própria realidade. Ter asas. Dê ao seu filho a possibilidade de sonhar, sempre, independentemente da idade, do momento, da circunstância. Ajude-o a procurar(se). Mas antes disso, dê-lhe pês, os pês bem assentes na terra, para que nessa viagem nem tudo seja um passeio pelas nuvens (em todas as variações da fuga) e, pelo menos, alguns desses sonhos possam mais tarde ser concretizados.
Ter menos. Tornar belo. Valorizar o que existe em nós e dignificar o que de mais simples suspira em redor: um filho. Eis de onde podemos partir e onde queremos sempre chegar.
Muitas delas - talvez o seu filho também - já as têm como qualidades quase inatas. Há sempre meninos ou meninas que desenham especialmente bem, que evidenciam um ouvido extraordinário para a música ou para o ritmo, que se entretêm muitíssimo a ler ou a expressar pelo corpo diferentes tons emocionais. Preserve essa parte da infância do seu filho. Desenvolva-a. Claro que muitas vezes lhe vão dizer o oposto ou, até de forma mais grosseira, ouvirá "as notas nessas disciplinas não contam para nada" ou "a arte não dá emprego". Não se deixe equivocar: Mesmo que o seu filho não venha a ser artista, a sensibilidade artística ajudá-lo-á a sempre a ser mais feliz.
Desejo que estas portas se possam abrir a mais e mais crianças da geração actual. Que desenhar ou pintar não seja por elas sentido como uma actividade supérflua ou desnecessária. Que a música lhes possa ser levada aos ouvidos como parte integrante da melodia dos seus afectos, não como uma forma agressiva de atacar o mundo. Que a dança liberte o corpo, como também o teatro o faz, elevando a voz, a palavra, a um dom raramente conseguido na ausência de movimento da vida de tantas crianças e no vazio comunicacional de outras.
Quem quiser adquirir este livro, pode enviar-me um email para cronicashappymom@gmail.com (vejam todos os detalhes neste post).
Deixo-vos aqui uma lista de outros livros de Pedro Stretch que também podem ser interessantes para vocês:
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