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Acomodar... A palavras que não gosto no meu dicionário!

Acomodar. Das piores palavras que podemos ter no dicionário dos nossos dias. Quem nunca a sentiu a infiltrar-se nos nossos poros, quase como que goya a gota, pronta para nos roubar a energia e a vontade de fazer diferente?
Acomodar é talvez das opções mais confortáveis que se pode tomar em qualquer dos campos da nossa vida. Nas relações. No trabalho. Na escola. Na família. Em tudo. É seguir a vida que conhecemos bem, onde não há espaço para imprevistos. É o caminho mais tranquilo, menos desgastante e em que temos a ilusão de que seremos bem sucedidos. Para algumas pessoas, pode ser a melhor opção de vida. Para mim? É seguir a via em que fechamos a porta à vida e nos recusamos a desfrutar daquilo que ela nos dá. Naquilo em que nos coloca à prova. Todos gostamos de pisar terreno que conhecemos. A raça humana é tramada nesta coisa de mudar por isso acomodar está sempre ali ao virar da esquina pronta para se embrenhar nas nossas vivências e nos toldar o caminho qual nevoeiro que espreita no horizonte.
E esta coisa da parentalidade não é imune à acomodação... No comer. No vestir. Nos passeios. Nas actividades. Nas leituras. Fazer o de todos os dias é o mais fácil mais também o mais pernicioso para a nossa tarefa de pais e de cuidadores. Acomodar, para mim, é sinónimo de sonhos por terminar, caminhos meios percorridos e bolachas que ficaram por saborear. Acomodar não tem sabor de um amanhecer junto ao mal. Acomodarmo-nos enquanto pais será, inevitavelmente, toldar o caminho dos nossos filhos para o caminho mais fácil mas não necessariamente o melhor.
Acomodar pode também significar seguir o rumo aceite por todos e não procurar alternativas que nos façam sentido enquanto pais. Pode ser limitar a nossa pesquisa, o nosso crescimento enquanto adultos preparados e dispostos a construir um mundo ao ritmo dos nossos filhotes.
Acomodar é não deixar crescer permitindo a descoberta do mundo à nossa volta. O não deixar ganhar as nódoas negras que se recordam mais tarde como aprendizagens. E o impedir de brincar na areia porque é mais cómodo uma roupa sem nódoas...
Não se acomodem. Brinquem no chão. Dêem muitas gargalhadas. E mostrem aos mais pequenos que joelhos sujos são sinónimo de crescimento e de descoberta!
(Imagem do Facebook de Às nove)

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