Até ser mãe nunca tinha pensado muito nesta coisa de creches, infantários, escolas primárias e por aí fora... Lembro-me de, quando comprei a minha casa, achar engraçado por existir uma creche no meu prédio e achar que poderia vir a ser útil no futuro. Aqui e ali, ia dando atenção às notícias que iam surgindo sobre os rankings das escolas nacionais, quase sempre encabeçados por colégios privados. Ainda no outro dia falava sobre o último ranking divulgado e sobre as escolas que surgem nos lugares cimeiros. E faz-me pensar em que realidade educativa quero que o meu filhote se desenvolva e faça o seu percurso...
Quando engravidei, iniciei a minha deambulação por este mundo de infantários e creches, e depois de ouvir as histórias de alguns amigos, comecei a pensar que quase que seria preciso um curso para conseguir escolher o infantário ideal! Li sobre várias escolas da zona e fui ouvindo as opiniões de vários casais amigos sobre este e aquele local... Sim, porque a melhor publicidade continua mesmo a ser aquela que é feita boca a boca e nem tudo aquilo que queremos saber surge nos sites das escolas. Verifiquei também que é prática comum fazer a inscrição quando o bebé está ainda dentro da barriga, de forma a conseguir garantir a vaga para a altura em que será necessário. Confesso que isto me faz confusão... A antecipação com que temos de tomar determinadas decisões quando ainda não temos o nosso bebé nos nossos braços e apenas nos limitamos a sentir os seus pontapés na nossa barriga... E depois existem locais em que é feita uma entrevista aos pais antes da inscrição... Tanta coisa com que nos preocuparmos...
E com tudo isto lembrei-me de criar uma pequena lista de pontos que poderão ser importantes para auxiliar na escolha de local onde irão deixar os vossos bebés. Aqui fica então:
- Orçamento disponível: a primeira decisão a tomar é escolher se se vai optar por um estabelecimento público ou privado. E nesta decisão e quando se analisam os estabelecimentos privados há que ver em detalhe o que está incluído na mensalidade, por exemplo, se a alimentação está ou não incluída e que tipo de actividades extra estão incluídas nesse valor mensal.
- Alimentação: pensando que muitos dos bebés vão para um berçário antes de completarem seis meses, na escolha devemos ter também presente se estamos ou não a amamentar. Infelizmente e apesar das indicações da Organização Mundial de Saúde e da nossa Direcção-Geral de Saúde para que a amamentação seja realizasa em exclusivo até aos seis meses e complementada com a alimentação complementar até aos dois anos, poucas são as mães que efectivamente conseguem cumprir com estas orientações. Para aquelas que amamentam, será fundamental perceber se o local escolhido possui as condições necessárias para quem possa ser dado o leite materno ao vosso bebé.
- Proximidade: num mundo que se faz a correr como o dos dias de hoje, a localização do infantário é também fundamental. Aqui importará optar por ser próximo de casa ou do local de trabalho de um dos pais. Recorrendo à palavra utilizada por Paulo Oom para título de um dos seus livros, irão colocar os vossos bebés no "infectário" e a proximidade será muito importante quando vos telefonarem a avisar que o vosso filhote está com febre.
- Passa-palavra: conforme disse anteriormente, a melhor publicidade é aquela que é feita por outros pais por isso conversem com casais amigos sobre as diferentes possibilidades de locais na vossa área. Será através deles que conseguirão perceber um pouco melhor a realidade da creche que estão a considerar pois se falarem com os responsáveis, tudo poderá ser mais cor-de-rosa do que a realidade.
- Possibilidade de visita: tentem incluir uma visita às instalações para tomarem a vossa decisão. Nada melhor do que conhecer o local e a sala onde ficará o vosso bebé num dia de funcionamento normal. Conseguirão ter uma percepção de como funcionam e verem outros pequenos que já lá estão e que tipo de actividades estão a fazer.
E estes são apenas alguns pontos que podem auxiliar na escolha. Mas lembrem-se sempre que nenhuma realidade é perfeita. Há é que compreender se aquela realidade nos satisfaz enquanto pais e educadores.
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