Ser mulher é, provavelmente, uma das mais difíceis tarefas da Humanidade! Não me digam que é estar à frente dos destinos de um país, tomar decisões sobre o rumo económico de uma nação ou escolher as últimas novidades tecnológicas ao serviço da Defesa!
Ser mulher é, provavelmente uma das mais difíceis tarefas da Humanidade! Aterrar na Lua ou enviar uma missão não tripulada a Marte é "peaners" (como diz o outro!) quando comparado com a capacidade de organização, de abstracção, de concentração e a resiliência que todas nós, enquanto mulheres, temos de ter todos os dias, desde que acordamos até ao momento em que deitamos a cabeça na almofada, após mais um dia daqueles...
Todas nós vivemos rodeadas dos clichés de sempre, desde pequenas... Parece que as hormonas e a nossa condição feminina consegue ser justificação para tudo e para nada. Desde a boa disposição às lágrimas mais inesperadas, as hormonas, essas malvadas moleculazinhas com veia de diabo, são sempre o mordomo de serviço que assassinou o patrão.
Esta nossa condição de mulher torna-nos permanentemente insatisfeitas com o mundo, revoltadas muitas vezes, com uma profunda tristeza no peito outras tantas... Porque sabemos que nem sempre o mundo pode seguir o rumo que pretendemos. Porque sabemos que nem sempre o vestido pelo qual nos apaixonámos na loja nos cai como uma luva como pretendíamos... Ou simplesmente porque o nosso mais que tudo deixou a tampa da sanita lavada quando foi à casa-de-banho pela manhã...
Seria de esperar que as mulheres, essas que são tal e qual com nós e que vivem exactamente as mesmas angústias, fossem capaz de nos entender em toda a nossa plenitude e ajudar-nos a ultrapassar os dias menos bons e a tornarem a tempestade em bonança... Pois, mas nem sempre isso é assim e, caso assim fosse, viveríamos num mundo bastante melhor e mais tranquilo... Com menos lágrimas e menos inseguranças.
E tudo isto para vos falar na fotografia que vi no outro dia no Instagram da Vera de As Viagens dos Vs com as peculiares hashtags #fimaobullyingentremulheres, #umaspelasoutras e #amulherequemanda e que me deixou a pensar... Quantas de nós já sentimos o nosso dia arruinado por aquele comentário muito fofinho mas de uma malícia escondida sobre a nossa roupa ou a nossa maquilhagem? Quantas de nós não tivemos já a consciência de que aquele sorriso rasgado estava carregado de más energias? Pois... Nós somos mesmo as nossas piores inimigas. Todas temos a consciência de que um local de trabalho em que predominem as mulheres dificilmente estará livre de confusões por muito tempo. Todas as que frequentamos os grupos de mães no Facebook sabemos existe sempre uma pedra pronta a ser atirada quando temos uma dúvida ou dizemos que fazemos isto ou aquilo com os nossos filhos. Quando os homens nos dizem que são mais facilmente amigos uns dos outros, é mesmo por esta razão: o pior bullying de que uma mulher pode ser alvo parte, na maior parte dos casos, da mulher que está ao seu lado. Temos todas ao nosso alcance, fruto de compreendermos tão bem as vicissitudes hormonais e oscilações mensais, o ombro mais amigo que podemos colocar à disposição de outra mulher que esteja a ultrapassar uma fase menos boa... Mas nem por isso somos capazes de o oferecer de forma genuína. É certo que nem todas somos assim umas para as outras e felizmente que é assim! Mas, na maior parte dos casos, deixamos de rastos outras mulheres com comentários tão simples como "Ah estás tão bem!" mas com aquela entoação que torna tudo pincelado de falsidade dissimulada...
Sejamos mais amigas umas das outras. Sejamos capazes de dar o nosso melhor pela mulher ao nosso lado, mesmo que seja uma perfeita desconhecida. Para que não sejamos as piores personagens do bullying contra mulheres!
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